25 abril 2005

Humildade, sinal de força

“ O humilde consegue grandes coisas com perfeição invulgar porque não está mais preocupado com incidentes tais como seus próprios interesses e sua reputação; não necessita, portanto, de gastar suas forças, defendendo-os.

Pois o homem humilde não tem medo do fracasso. Na verdade, não tem medo de coisa alguma, nem de si mesmo, já que a perfeita humildade implica perfeita confiança no poder de Deus, diante do qual nenhum outro poder tem sentido e para quem não existe nenhum obstáculo.

A humildade é o sinal mais seguro da força.

New Seeds of Contemplation, de Thomas Merton.
(New Directions, New York), 1972. p. 190
No Brasil: Novas sementes de contemplação (Editora Fissus, Rio de Janeiro). 2001. p. 188
Reflexão da semana de 25-04-2005

18 abril 2005

Sabedoria, a Mãe de tudo

Há em todas as coisas visíveis uma fecundidade invisível, uma luz tênue, um manso anonimato, uma oculta inteireza. Essa misteriosa Unidade e Integridade é a Sabedoria, a Mãe de tudo, Natura Naturans. Há em todas as coisas uma inesgotável doçura e pureza, um silêncio que é a fonte de ação e de alegria. Transborda em calada bondade e flui para mim de invisíveis raízes de todos os seres criados, acolhendo-me ternamente, saudando-me com indescritível humildade. Isto é ao mesmo tempo meu próprio ser, minha própria essência e o Dom do Pensamento e da Arte do meu Criador dentro de mim, falando como Hagia Sophia, falando como minha irmã, Sabedoria.
Estou desperto, nasci de novo ao ouvir a voz dessa minha Irmã, que me foi enviada das profundezas da divina fecundidade.”

When the trees say nothing, de Thomas Merton
Editado por Kathleen Deignan
(Sorin Books, Notre Dame, Indiana), 2003. p. 179.
Publicado originalmente in Emblems of a Season of Fury
(J. Laughlin, Norfolk, CT), 1963. p. 6
Reflexão da semana de 18-04-2005

11 abril 2005

Dever humano e crise

“ Basicamente, nosso primeiro dever hoje é para com a verdade humana na sua realidade existencial; isto, mais cedo ou mais tarde, leva-nos a um confronto com o sistema e o poder que procuram subjugar a verdade para atender a interesses particulares, talvez racionalizados como ideais. Mais cedo ou mais tarde, o dever humano apresenta-se sob a forma de uma crise de que não se pode fugir. Nessa hora é muito bom, quase essencial, ter ao lado outras pessoas igualmente determinadas, e assim ser guiados por uma inspiração comum e uma comunhão na verdade. Aqui pode ser encontrada a verdadeira força. Uma testemunha completamente isolada é muito mais difícil e perigosa. No final, isto também pode se tornar necessário. Em todo o caso, sabemos que a nossa força, em última instância, está no Senhor e em Seu Espírito, e a fé deve fazer-nos depender inteiramente de Sua vontade e providência. Precisamos então estar realmente desapegados e livres para nos deixarmos deter ou impedir por qualquer coisa secundária ou irrelevante. Isto é outro modo de dizer que a pobreza é também nossa força.”

The Courage for Truth: The Letters of Thomas Merton to Writers
Selecionado e editado por Christine M. Bochen
(Farrar, Straus & Giroux, New York), 1983. p. 159
Reflexão da semana 11-04-2005

04 abril 2005

Um novo modo de ser

Em memória do Papa João Paulo II

“ Venho à solidão para morrer e amar. Venho aqui para ser criado pelo Espírito em Cristo.

Sou chamado aqui para crescer. A ‘morte’ é um ponto crítico no crescimento, ou transição para um novo modo de ser; para uma maturidade e uma fecundidade que não conheço (estão em Cristo, no seu reino). A criança no ventre materno não sabe o que vem após o nascimento. Temos que nascer para viver. Estou aqui para aprender a encarar a morte como meu nascimento.”

A Year with Thomas Merton, Daily Meditations from His Journals
Selecionado e editado por Jonathan Montaldo
(HarperSanFrancisco, A Division of HarperCollinsPublishers, New York), 2004, p. 31
Reflexões da semana de 4-04-2005