25 novembro 2013

Esta é a obra da graça

“Na medida em que a vida espiritual é feita de pensamentos, desejos, ações, devoções e projetos do eu exterior, ela participa do não-ser e da falsidade deste. É claro, não existe uma espiritualidade puramente exterior. Não importa quão exterior nossa vida espiritual possa ser, se ela tem uma raiz de sinceridade, é fundamentada no homem interior e tem, portanto, valor e realidade aos olhos de Deus. O propósito de nossa vida, entretanto, é conduzirmos todos os esforços e desejos ao santuário do eu interior, entregando-os todos ao comando de uma consciência interior e inspirada por Deus. Esta é a obra da graça.”

The Inner Experience, de Thomas Merton
Editado por William H. Shannon
(HarperSanFrancisco, San Francisco) 2003
No Brasil: A experiência interior, (Martins Fontes Editora, São Paulo), 2007. p. 133

19 novembro 2013

Oração infusa

“O primeiro sinal da oração infusa, portanto, é esse buscar inexplicável e indômito, uma demanda que a aridez, as trevas ou a frustração não podem cessar. Justamente ao contrário, nas trevas ela encontra paz e no sofrimento não lhe falta alegria. Pura fé e cega esperança lhe bastam. Um conhecimento claro não é necessário.”

The Inner Experience, de Thomas Merton
Editado por William H. Shannon
(HarperSanFrancisco, San Francisco) 2003
No Brasil: A experiência interior, (Martins Fontes Editora, São Paulo), 2007. p. 124

11 novembro 2013

Sinais da Graça

“Se uma pessoa é realmente guiada pelo Espírito Santo, a própria graça cuidará de fazê-lo, pois a obscuridade e a simplicidade exterior são sinais da graça, como também o são a mansidão e a obediência. Onde quer que haja um conflito com a obediência, aquele que cede e obedece nunca perde, mas sempre cresce em graça e nunca deve se sentir frustrado por seu sacrifício.”

The Inner Experience, de Thomas Merton
Editado por William H. Shannon
(HarperSanFrancisco, San Francisco) 2003
No Brasil: A experiência interior, (Martins Fontes Editora, São Paulo), 2007. p. 115

05 novembro 2013

Contemplação mística em 3 pontos

“Tradicionalmente, o mais característico traço da contemplação cristã é essa passividade, essa recepção da divina luz-nas-trevas como um dom sumamente misterioso e inexplicável do amor de Deus.
 
Agora temos condições de resumir os elementos essenciais da contemplação mística:

1. É uma intuição que, em seus graus mais baixos, já transcende os sentidos; e, em seus graus mais elevados, transcende a própria inteligência.

2. Por isso, é caracterizada por uma qualidade de luz nas trevas, um saber não-saber. Está além do sentimento e até mesmo dos conceitos.

3. Neste contato com Deus, nas trevas, deve haver, de ambas as partes, uma certa atividade de amor. Da parte da alma, deve haver uma renúncia ao apego às coisas dos sentidos; a mente e a imaginação devem libertar-se de toda inclinação emocional e passional às realidades sensíveis. (…) O contemplativo deve, portanto, manter-se alerta e desinteressado de apegos sensíveis e até mesmo de apegos espirituais.”

The Inner Experience, de Thomas Merton
Editado por William H. Shannon
(HarperSanFrancisco, San Francisco) 2003
No Brasil: A experiência interior, (Martins Fontes Editora, São Paulo), 2007. p. 103 e 104