29 janeiro 2019

A ação na vida contemplativa


Por pouco que você tenha aprendido sobre Deus na oração, compare os seus atos com esse pouco; oriente-os por esse parâmetro. Tente fazer a sua atividade frutificar no mesmo vazio, no mesmo silêncio e no mesmo desapego que encontrou na contemplação. Em última análise, o segredo de tudo isso é a perfeita entrega à vontade de Deus nas coisas que não podemos controlar, e a perfeita obediência a Ele em tudo que depende da sua própria vontade, de maneira que em tudo - na vida interior e nas atividades exteriores para Deus -, desejemos uma só coisa: a realização de sua vontade.


(Vozes, 2017) pág. 149

22 janeiro 2019

Aprender a estar só

Solidão física, silêncio exterior e verdadeiro recolhimento são moralmente necessários a todos os que desejam levar vida contemplativa; porém, como tudo o mais na criação, são apenas meios para um fim e, se não compreendermos o fim, usaremos erradamente os meios.
Não vamos para o deserto no intuito de fugir das pessoas, e sim para aprender a encontrá-las; não nos separamos delas para não termos mais nada a ver com elas, mas para encontrar o melhor modo de lhes fazer bem. Mas este é apenas um fim secundário. O fim primordial que inclui todos os demais é o amor de Deus.


(Vozes, 2017) pág. 178-179.

17 janeiro 2019

Liberdade na obediência

Você por acaso pensa que o caminho para a santidade consiste em se trancar com suas orações, livros e as meditações que agradam e interessam à sua mente, com vários muros para protegê-lo das pessoas que considera estúpidas? Você acha que o caminho para a contemplação passa por recusar os trabalhos e atividades necessários ao bem dos outros, mas que o entendiam e distraem? Você imagina que vai descobrir Deus se fechando em um casulo de prazeres espirituais e estéticos, ao invés de renunciar a todos os seus gostos, desejos, ambições e satisfações por amor a Cristo? Pois ele nem viverá em você se você não conseguir encontrá-lo nos outros.

(Vozes, 2018) pág. 178