31 janeiro 2006

Livre por natureza


“ No último dia de janeiro de 1915, no signo de Aquário, num ano de grande guerra, debaixo das sombras de certas montanhas francesas na fronteira com a Espanha, nasci para o mundo. Livre por natureza, à imagem de Deus, era no entanto prisioneiro da minha própria violência e do meu próprio egoísmo, à imagem do mundo em que nasci. (…)
Meu pai pintava como Cézanne e captava a paisagem do sul da França como a captava Cézanne. (…) Meu pai era um ótimo artista.”
(…)
Eu herdei de meu pai seu modo de ver as coisas e um pouco de sua integridade, de minha mãe herdei o descontentamento pelas enrascadas em que o mundo se meteu e um pouco de sua versatilidade. Recebi de ambos a capacidade de trabalhar, visão, prazer e expressão que poderiam ter feito de mim uma espécie de rei, se os padrões de que vivia o mundo fossem legítimos.”

3 comentários:

O Velho da Montanha disse...

“Tua claridade é minha escuridão, eu nada conheço de Ti e por mim mesmo, nem posso imaginar como proceder para Ti conhecer. Se eu Te imagino, estou errado. Se eu Te entendo, me engano. Se estou consciente e certo de conhecer-Te, sou louco. A escuridão me basta.”

+
pax!

Belíssima iniciativa! Este espaço espandirá ainda mais a fina escrita deste Homem-Novo, Thomas Merton!

Um abraço amigo a todos,

Cristovão Junior
www.merton.cjb.net

Oswaldo Viana Jr disse...

Eu li "A Montanha dos Sete Patamares" na edição da Itatiaia, de cerca de 1970. Que diferença na tradução! Não sei se é porque eu fiquei acostumado com ela, mas me pareceu muito mais elegante. Certamente, bem mais erudita e literária. Mas é certo que, hoje, ninguém da(s) nova(s) gerações conseguiria se interessar pela leitura com aquela tradução, digamos, meio barroca.

Vida longa às obras do Tom!

Anônimo disse...

Anônima SF
Sobre sua vivência intelectual, precisamos destacar que a vida literária de THOMAS MERTON, em sua primeira Tese sobre W. Blake, conserva o extrato de uma das frases desse texto da Elegia do seu autor escolhido: "(...) to hold the infinity in the palm of his hands (...)" E foi o que THOMAS MERTON fez: " SEGURAR O INFINITO NAS PALMAS DAS SUAS MÃOS ", quando escreveu suas palavras para a Humanidade!
Anônima SF