11 setembro 2006

Fantasias morais

“ Torna-se mais e mais difícil avaliar a moralidade de uma ação que leva à guerra porque cada vez mais, fica difícil saber precisamente o que está acontecendo. Não só a guerra é, cada vez mais, assunto para especialistas que manobram com equipamentos fantasticamente complexos, como, acima de tudo, há a questão do segredo absoluto em tudo que possa afetar seriamente a política de defesa. Podemos nos entreter lendo os relatórios na mídia e imaginar que esses ‘fatos’ fornecem subsídios suficientes para um julgamento moral a favor ou contra a guerra. Mas, na realidade, estamos apenas elaborando fantasias morais num vácuo. O que for que decidamos, permaneceremos completamente à mercê do poder governamental, ou melhor dizendo, do poder anônimo de gerentes e generais que atuam por traz da fachada do governo. Não temos meios de diretamente influenciar as decisões e as políticas decididas por esse pessoal. Na prática, temos que ter uma fé cega que se resigna a crer nas ‘autoridades legitimamente constituídas’ sem ter a mais vaga idéia do próximo passo que a autoridade poderá dar. Essa condição de irresponsabilidade e passividade é extremamente perigosa e dificilmente levará a uma legítima moralidade.”

Passion for Peace: The Social Essays of Thomas Merton
Editado porWilliam H. Shannon
(The Crossroad Publishing Company, New York, NY), 1995. p. 113-114

Reflexão da semana de 11-09-2006

Um pensamento para recordar: “Será que o significado de minha vida é aquele que Deus o desejou?”
Cistercian Quarterly Review #18 (1983)

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