19 março 2013

Minha derrota, minha salvação

“Se minha natureza tivesse teimado mais em agarrar-se aos prazeres que me desgostavam; se ela se tivesse recusado a admitir que fora derrotada por esta procura fútil de satisfação onde não podia ser encontrada, e se minha constituição moral e nervosa tivesse sucumbido ao peso de meu próprio vazio, quem sabe o que poderia ter acontecido comigo? Quem poderia dizer onde eu teria acabado?

Tinha ido longe demais para encontrar-me agora neste beco sem saída; mas a angústia e a impotência de minha situação foi algo a que sucumbi rapidamente. E minha derrota tornou-se a causa de minha salvação.”

 The Seven Storey Mountain, de Thomas Merton
(Harcourt, Brace, New York), 1948
No Brasil: A montanha dos sete patamares, (Editora Vozes, Petrópolis), 2005, p. 151
 

Um comentário:

CLARACRUZ disse...

A minha derrota será, efectivamente, a minha salvação, e agradeço por isso.
A futilidade e o vazio em que me deixei cair nem eu própria compreendo, daí a necessidade de permitir que a minha derrota batesse bem fundo, para então ganhar novo folgo e empreender a subida, lentamente, para a minha salvação.