“Quem ama a Deus mais que do que a si mesmo é capaz de também amar as pessoas e as coisas pelo bem que elas possuem em Deus. Equivale a dizer que ele ama a glória que as coisas rendem a Deus: porque essa glória é o reflexo de Deus na bondade, comunicada por Ele às criaturas. Tal homem é indiferente ao embate das coisas na sua própria vida. Ele só considera as coisas na sua relação à glória de Deus e à Sua vontade. Por maior que seja a sua utilidade e satisfação temporal, ele fica indiferente. Mas, quanto ao valor das coisas em si mesmas, ele não é mais indiferente do que em relação a Deus. Ama-as no mesmo ato em que ama a Deus. Isto é, ama no mesmo ato pelo qual renunciou a elas. E nesse amor que se afirma pela renúncia, ele as recupera num nível mais alto.”
Homem Algum é uma Ilha, Thomas Merton (Verus Editora, Campinas), 2003. p. 99
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