“Seria,
contudo, um erro fatal supor que a purificação da alma, em que a razão tem
papel tão importante, se opera inteiramente ao nível da virtude natural.
Dizendo que todos os poderes da alma devem ser ordenados pela razão, S. João
não diz que eles devam conformar-se a um ideal
racional e natural. Não se trata aqui de uma purificação ética ou moral. S.
João não considera o nível de perfeição segundo o qual os homens deixam de
enganar uns aos outros nos negócios, ir à missa aos domingos, dar esmolas aos
pobres, emprestar a cortadeira de grama ao vizinho sem praguejar mesmo
baixinho. Quando ele fala que ‘os poderes da alma devem ser dominados pela
razão’, fala da perfeição sobrenatural consumada sob o impulso da graça,
segundo os princípios revelados pela fé.”
Ascensão para a verdade,
Thomas Merton (Ed. Itatiaia), 1999, pág. 121
Nenhum comentário:
Postar um comentário