“Muitos não-cristãos, e
possivelmente muitos cristãos protestantes, provavelmente supõem que a intensa
preocupação dos primeiros Padres da Igreja com detalhes técnicos do dogma da
encarnação era fruto de uma obstinação arbitrária e subjetiva e que tinha muito
pouca importância objetiva. Mas, na verdade, as complexidades da cristologia e
do dogma da união hipostática não constituem, de maneira nenhuma, uma rede
autoritária projetada para capturar a mente e manter em sujeição a vontade dos
fiéis, como o racionalismo está sempre pronto a declarar. Tanto o teólogo
quanto o crente comum da era patrística tinham consciência da importância da
correta formulação teológica do mistério da encarnação, porque um erro em
matéria de dogma teria de fato desastrosas consequências práticas na vida
espiritual de cada indivíduo cristão.”
(Martins Fontes, 2007), pág. 54
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