“Temos fome das palavras transformadoras que nos vem de Deus, palavras ditas em segredo ao nosso espírito e portadoras de nosso inteiro destino. Acabamos por não viver de nada mais senão dessa voz. A nossa contemplação enraíza-se no mistério da Providência divina e na sua atualidade. A Providência não pode mais ser para nós uma abstração filosófica. Ela não é uma agência sobrenatural a prover-nos de roupa e mesa no devido tempo. É ela mesma que se torna alimento e vestuário nosso. A nossa vida são as próprias decisões misteriosas de Deus.”
Homem Algum é uma Ilha, Thomas Merton (Verus Editora, Campinas), 2003. p. 72.
Um comentário:
Impressionante. Quanto mais eu leio Thomas Merton, mais eu me apaixono por Thomas Merton. Claro que não podemos perder de vista que ele é apenas o facilitador que nos conduz ao Cristo mas é fascinante como ele consegue partir do lugar-comum e desnudar o óbvio a ponto de nos fazer mergulhar num abismo de possibilidades...
Aqui ele faz algo como que o contrário; Ele parte do óbvio e... bem, na verdade não faz o contrário, faz um caminho diferente: parte do óbvio e nos conduz, sem passar pelo lugar-comum, às profundezas do mistério de Deus! Quanto mais eu leio Thomas Merton, mais embasbacado eu fico com a minha miopia (ou com a consciência que ele me dá dela).
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