05 maio 2014

A simples e reta intenção

“Quando Ação e Contemplação habitam juntas, enchendo toda nossa vida por sermos movidos em tudo pelo Espírito de Deus, então somos espiritualmente maduros. As nossas intenções são habitualmente puras. Em algum lugar de sua obra, faz Johannes Tauler* uma distinção entre dois graus de intenção pura: a um deles chama de reta intenção; a outro, de intenção simples. Eles servem para explicar a união entre ação e contemplação em um todo harmonioso.

Quando temos reta intenção, a nossa intenção é pura. Procuramos fazer a vontade de Deus com motivo sobrenatural. Temos em vista agradar a Deus. (…)

Mas, quando é uma intenção simples que temos, somos menos ocupados com a coisa a fazer. Tudo o que então fazemos, fazemos não somente por Deus, mas, por assim dizer, em Deus. Somos mais atentos a Deus que trabalha em nós, do que a nós mesmo ou à nossa obra.”

Homem Algum é uma Ilha, Thomas Merton (Verus Editora, Campinas), 2003. p. 73. 


* Dominicano alemão do séc. XIV e um dos grandes místicos do cristianismo.

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