"No fim das contas, o problema da sinceridade é um problema de amor. Sincero não é tanto o homem que vê a verdade e a manifesta tal qual a vê, mas o que lhe tem um puro amor. Mas, a verdade é mais do que uma abstração. Ela vive, e incorpora-se aos homens e às coisas, que são reais. Assim, não se deve procurar o segredo da sinceridade num amor filosófico da verdade abstrata, mas num amor por pessoa e coisas concretas, um amor de Deus, aprendido na realidade ambiente.
É difícil exprimir em palavras a importância dessa noção. O problema fundamental do nosso tempo não é falta de conhecimento, mas falta de amor. Se os homens simplesmente se amassem entre si, não teriam dificuldade em confiar-se reciprocamente, e em partilhar uns com os outros a verdade. Se todos tivessem caridade, achariam a Deus facilmente. "Pois a caridade é de Deus e quem quer que ama nasce de Deus e conhece a Deus" (I Jo, 4,7).
Se os homens não amam, é porque aprenderam, na sua mais remota infância, que não eram amados. A duplicidade e o cinismo do nosso tempo pertence a uma geração que é bem consciente, desde o berço, de não ser desejada por seus pais."
É difícil exprimir em palavras a importância dessa noção. O problema fundamental do nosso tempo não é falta de conhecimento, mas falta de amor. Se os homens simplesmente se amassem entre si, não teriam dificuldade em confiar-se reciprocamente, e em partilhar uns com os outros a verdade. Se todos tivessem caridade, achariam a Deus facilmente. "Pois a caridade é de Deus e quem quer que ama nasce de Deus e conhece a Deus" (I Jo, 4,7).
Se os homens não amam, é porque aprenderam, na sua mais remota infância, que não eram amados. A duplicidade e o cinismo do nosso tempo pertence a uma geração que é bem consciente, desde o berço, de não ser desejada por seus pais."
Homem Algum é uma Ilha, Thomas Merton (Verus Editora, Campinas), 2003. p.171
Um comentário:
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Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - 14/10/2014
"Se os homens não amam, é porque aprenderam, na sua mais remota infância, que não eram amados. A duplicidade e o cinismo do nosso tempo pertence a uma geração que é bem consciente, desde o berço, de não ser desejada por seus pais." (Thomas Merton)
Thomas Merton sabia muito bem a que ponto poderíamos chegar se sepultássemos o amor. Amor a Deus, ao próximo e em especial, neste trecho, aos nossos próprios filhos.
Geração após geração de pessoas sedentas de amor, ainda que inconscientes, ou nem tanto como disse Merton, produziram um jardim de rosas cujas pétalas são lâminas de aço e os caules,arames farpados. Num jardim dos horrores em que transformamos o nosso mundo, irrigado pelo ódio, não é de estranhar que a sinceridade tenha dado lugar à falsidade, a verdade não passe de um jogo de sombras e o amor tenha se tornado sinônimo de sexo.
Mas há a Esperança. No momento a "Terra geme, como em dores de parto". Chegará o dia em que "céus e Terra passarão, mas minha Palavra não passará..." Não lembro os trechos das citações dos Evangelhos, nem vou parar para procurar. Procure você mesmo!
Apesar das manchetes revelarem um mundo doente, mundo que Thomas Merton previu e que o deixou angustiado, temos motivos de alegria pois, como eu disse acima, há a Esperança. Não vamos esquecer, que no momento temos estas três coisas: a Fé, a Esperança e o Amor. A maior dela porém é o Amor. (procure esta também. Está lá no finalzinho de 1 Coríntios 13).
A propósito, No jornal também haviam boas notícias...
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