"Se quiserem que as palavras ditas sobre Deus signifiquem algo, vibrem de zelo pela sua glória. Pois, se os ouvintes perceberem que falamos apenas para nosso próprio agrado, acusarão o nosso Deus de ser somente uma sombra. Se se ama a glória de Deus, é essa transcendência que se procurará, e é no silêncio que ela se encontra. Não procuremos, pois, conforto numa certeza de sermos bons. Saibamos somente que só Deus é santo, só Ele é bom.
Não é raro que o nosso silêncio e as nossas orações levem mais ao conhecimento de Deus, do que tudo que dissermos sobre Ele. O simples fato de querermos glorificar a Deus falando Dele não prova que o conseguiremos. Que importa, se Ele prefere o meu silêncio? Não ouviram dizer que o silêncio Lhe dá glória? "
Homem algum é uma ilha, Thomas Merton (Editora Agir), 1968, pág. 207
2 comentários:
Merton, no fim do texto, se refere ao salmo 64 da antiga versão que circulava na liturgia: Tibi silentium laus! O texto desapareceu da Escritura com a nova versão do salmo que no hebraico é o 65:A ti se deve o louvor...que escutas a oração. Todos os contemplativos, imagino, o lamentam.
Contentam-se talvez refletindo que o silêncio, mais do que não falar é se deixar embevecer pelo encontro com o Outro,que vem a nós no fundo do coração
E silêncio que refletimos o nosso
interior a Deus e abrimos nosso coração ao outro.
Realmente,como disse Thomas Merton - o silêncio é perfeito na essência no Amor e glória Deus.
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