“Eu tinha
certo receio de todas as regras religiosas como um todo, e este novo passo para
o mosteiro não era algo que eu daria apressadamente. Ao contrário, minha mente estava
cheia de dúvidas sobre o jejum, a clausura, as longas orações, a vida
comunitária, a obediência monástica, a pobreza, etc. E havia muitos fantasmas
estranhos dançando nas portas da minha imaginação, todos prontos a entrar, se
eu o permitisse. Caso o permitisse, eles me mostrariam como ficaria demente no
mosteiro, como minha saúde se abalaria e meu coração baquearia; eu entraria em
colapso, seria reduzido a frangalhos e voltaria ao mundo qual destroço moral e
físico, sem qualquer esperança. (...)
Tão logo
comecei a jejuar, a recusar a mim mesmo certos prazeres e a dedicar tempo à
oração, à meditação e aos outros exercícios que fazem parte da vida religiosa,
descobri que superava rapidamente minha má saúde, tornava-me saudável, forte e imensamente
feliz.”
A montanha dossete patamares,
Thomas Merton (Ed. Vozes), 2ª Ed. 2010, pág. 237-238
Um comentário:
Um relato que faz lembrar o Peregrino Russo!
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