Thomas Merton e Martin Luther King. Em comunhão no Cristo |
“Os
impulsos profundos e elementares que conduzem a uma transmutação social têm a
sua origem no âmago do coração dos homens cujos pensamentos ainda não foram
articulados ou ainda não conseguiram ser ouvidos, e cujas exigências, por
conseguinte, são ainda ignoradas, suprimidas e tratadas como se não existissem.
Nenhuma revolução existe sem uma voz. A paixão dos oprimidos tem de se fazer
ouvida, ao menos entre eles próprios, a despeito da insistência do opressor
privilegiado ao afirmar que tais exigências não podem ser reais, nem justas,
nem urgentes. Quanto mais é ignorado o clamor dos oprimidos, mais se reforça a
si próprio com um poder misterioso que lhe é acrescentado pelo mito, pelo símbolo
e pela profecia. Não há revolução sem poetas que sejam também videntes. Não há
revolução sem canções proféticas.”
Sementes de destruição, Thomas Merton (Ed. Vozes),
1966, pág. 74
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