"Que
significa conhecer e experimentar meu próprio “nada’?
Para
conhecer, de fato, nosso “nada”, temos também de amá-lo. Para amar nosso nada,
temos de amar em nós tudo que o orgulhoso ama quando se ama a si mesmo. Mas por
razões exatamente opostas. O homem orgulhoso ama-se a si mesmo porque acredita
ser digno de amor, respeito e veneração de si mesmo. Porque pensa que deve ser
amado por Deus e pelos homens. Porque se crê mais digno de ser honrado, amado e
reverenciado do que todos os outros homens.
O
homem humilde também se ama a si mesmo e procura ser amado e honrado, não
porque o amor e a honra lhe sejam devidos, e sim porque não lhe são devidos.
Procura ser amado pela misericórdia de Deus.
O
homem orgulhoso ama sua própria ilusão e autossuficiência. O homem
espiritualmente pobre ama precisamente a sua insuficiência. O orgulhoso exige
honras por possuir o que o que nenhum outro tem. O humilde roga ser admitido a
partilhar naquilo que todos os ouros receberam. Deseja, também ele, ser
repleto, até a plenitude, pela bondade e misericórdia de Deus."
Na liberdade da
solidão,
Thomas Merton (Editora Vozes), 7ª Ed. 2014, pág. 37 e 38
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