(Ando
assustado com a espantosa clareza da argumentação de Anselmo em De Casu Diaboli. Uma visão da liberdade
que é essencialmente monástica, i.e., contida na perspectiva de uma vocação e
graça inteiramente pessoais.) A necessidade de oração – a necessidade de sólida alimentação teológica, pela
Bíblia, pela tradição monástica. Não experimentação nem diletantismo filosófico.
A necessidade de ser inteiramente definido por uma relação com e uma orientação
para Deus meu Pai, i.e., uma vida de filiação
na qual tudo que distrai dessa relação é visto como absurdo e tolo. Quão real é
isto! Uma realidade que devo estar constantemente avaliando, que não pode
simplesmente ser tomada por certa. Que não pode perder-se em distrações. Aqui a
distração é fatal – leva-nos inexoravelmente ao abismo. Não se requer porém
concentração, apenas estar presente.
E também trabalhar com seriedade em tudo que há para ser feito – cuidar do
jardim do paraíso! Pela leitura, a meditação, o estudo, a salmodia, o trabalho
manual e também um pouco de jejum etc. Acima de tudo trabalho da esperança, não
a estúpida e frouxa autopiedade do tédio, da acedia.
Merton na intimidade – Sua vida em seus diários,Thomas Merton
Merton na intimidade – Sua vida em seus diários,Thomas Merton
Editado por Patrick Hart e Jonathan Montaldo – Traduzido por
Leonardo Fróes (Ed. Fisus), 2001, pág. 290-291
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