13
de dezembro de 1958. Santa Luzia
“(...)
A opressiva mistura de objetos, bens, atividades destituídos de significação –
a caótica e indiscriminada sucessão de ‘coisas’ boas, más e insignificantes que
desabam sobre você a todo instante – livros, revistas, comida, bebida,
mulheres, cigarros, roupas, brinquedos, carros, drogas. Somem-se a isso a ‘decoração’
da cidade para o Natal, anônima e descaracterizada, e as pessoas a correr de um
lado para outro comprando coisas, por uma única e exclusiva razão, que é a de
estarmos agora numa época em que todo mundo compra coisas.
Andando
por Bardstown, fora da Kroger’s, no frio, saudado por homem, mulher e criança.
Pensei que nunca, nunca eu poderia encontrar sentido na vida fora do mosteiro.
Sou um solitário e isso é tudo. Gosto bastante de pessoas, mas pertenço à
solidão.
Foi
bom voltar e cheirar o ar doce das matas e ouvir o silêncio”.