Thomas Faverel
Merton nasceu no dia 31 de janeiro de 1915, em Prades, na França. Seu
pai era pintor, neozelandês de nascimento. Sua mãe, que também pintava,
era americana, do Estado de Ohio. Era o mais velho de dois meninos (John
Paul, nascido em 1918, morreu na Segunda Guerra Mundial, num combate
aéreo sobre o Canal da Mancha). Embora o pai de Thomas frequentasse a
igreja muito raramente e sua mãe só de vez em quando participasse de
reuniões dos Quakers, foi ele batizado na igreja anglicana, sem que isso
tivesse muitas consequências para sua educação.

Em 1931, o pai de Thomas morre em Londres em consequência de um tumor cerebral. Thomas, então, com dezesseis anos de idade, termina seus estudos em Oakham e se torna bolsista em Clare's College, na Universidade de Cambridge. Volta em 1933 para os Estados Unidos e vai morar com os avós. Entretanto, tinha viajado muito pela Europa durante as férias; especialmente Itália e Alemanha, cujas impressões utilizou no seu primeiro romance. Em 1935, com vinte anos de idade, entra para a Universidade de Colúmbia, onde estuda espanhol, alemão, geologia, direito civil e literatura francesa. Torna-se membro do movimento comunista de jovens e redator de arte do jornal estudantil Jester.

Aos
vinte e quatro anos formou-se em literatura inglesa, recebendo o diploma
de Mestre Graduado na Universidade de Colúmbia. Em seguida foi
professor de inglês no City College de Nova York e critico literário do
New York Times e do New York Herald Tribune.

Em 1941, Merton deixa São Boaventura e sob a
direção da Baronesa Caterine de Hueck vai trabalhar entre a população
negra do Harlem. Depois de uma segunda visita aos trapistas de
Gethsemani, decide entrar para o mosteiro. Dá sua roupa aos negros do
Harlem; seus livros aos franciscanos e a um amigo; rasga dois de seus
romances e envia o que sobra: seus poemas, um manuscrito da novela
Journal of my Escape from the Nazis e seu diário para o amigo Mark Van
Doren.
Sozinho, uma maleta na mão, Thomas Merton chega a
Gethsemani no dia 10 de dezembro de 1941. Tem, então, vinte e sete
anos. Ai ficou até 1965 vivendo na comunidade, e ate 1968 viveu como
eremita nos Bosques da Abadia. A publicação de sua autobiografia, A
Montanha dos Sete Patamares, em 1948, fez dele, repentinamente, um autor
internacionalmente conhecido, cujos livros e numerosos artigos
aprofundavam a vida espiritual de muitos cristãos, e não-cristãos, do
mundo inteiro.

Durante os vinte e sete anos de sua vida trapista, saiu do mosteiro apenas em bem poucas ocasiões. Com cinquenta e três anos, em 1968, obteve licença para uma viagem de peregrinação ao Oriente. Isto para participar de um encontro de monges e abades de mosteiros cristãos na Ásia. Esperava familiarizar-se com a espiritualidade contemplativa oriental. Visitou muitos mosteiros budistas e teve varias entrevistas com o Dalai-Lama. Dirigindo embates e fazendo conferências para monges e monjas.

2 comentários:
Fico a imaginar, se os Franciscanos não acertaram sobre a vocação de Merton, dispensando-o. Muito tempo depois Merton inconformado e insatisfeito com sua vocação deixa Gethsemani optou por se afastar do mosteiro nas primeiras horas da manhã sem dizer adeus a ninguém. "Essa é a parte triste da vida".
Caríssimo Maxmilianno, desculpe, mas Merton não abandonou «inconformado e insatisfeito» o mosteiro... Ele partiu, com conhecimento e consentimento do abade e de toda a comunidade, para "praticar" um gesto de abertura com outras correntes de espiritualidade; empreendeu uma busca ímpar que, infelizmente com a sua morte, não se conseguiu tornar num mar imenso de pluralidade de buscas, de experiências do Infinito que habita cada um dos seres humanos.
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