25 junho 2013

Minha vida é um ouvir

“Minha vida é um ouvir. A Dele é um falar. Minha salvação está em ouvir e responder. Para isso, deve minha vida ser silenciosa. Daí ser meu silêncio minha salvação.

O sacrifício que agrada a Deus é a oferenda de minha alma – e das almas de outros.

A alma está em atitude de oferta quando de mantém inteiramente atenta a ele. Meu silêncio, que me separa de tudo mais é, pois o sacrifício de todas as coisas e a oferenda de minha alma a Deus. É, portanto, o sacrifício mais agradável que lhe posso oferecer. Se conseguir ensinar a outros a viver nesse silêncio, estou oferecendo-lhe uma sacrifício sumamente agradável. O conhecimento de Deus é melhor que holocaustos (Os 6,6).”

Thoughts in Solitude, de Thomas Merton
(Farrar, Straus and Giroux Publishers, New York), 1958.
No Brasil: Na liberdade da solidão, (Editora Vozes, Petrópolis), 2001. p. 59 e 60

17 junho 2013

Humildade ou orgulho?

“A humildade é uma virtude, não uma neurose.

Liberta-nos para que possamos agir virtuosamente, servir a Deus e conhecê-lo. A verdadeira humildade, portanto, jamais poderá inibir qualquer ação realmente virtuosa. Tampouco pode impedir-nos de nos realizarmos aderindo à vontade de Deus.

A humildade nos torna livres para fazermos o que é verdadeiramente bom, mostrando-nos nossas ilusões e retirando nossa vontade daquilo que era apenas um bem aparente.

Uma humildade que gela o nosso ser e frustra toda sã atividade não é, de modo algum, humildade, mas uma forma disfarçada de orgulho. Seca as raízes da vida espiritual, tornando impossível nossa entrega total a Deus.”

Thoughts in Solitude, de Thomas Merton
(Farrar, Straus and Giroux Publishers, New York), 1958.
No Brasil: Na liberdade da solidão, (Editora Vozes, Petrópolis), 2001. p. 53

10 junho 2013

Fé profunda, sincera e simples

“Se tentamos contemplar Deus sem primeiro haver voltado totalmente para ele a face do nosso ser interior, haveremos inevitavelmente de acabar por nos contemplarmos a nós mesmos e mergulharemos talvez no escuro e quente abismo da nossa própria natureza sensível. Não é nessa nossa treva que se poderá com segurança permanecer passivo.

Por outro lado, se confiamos demasiadamente em nossa imaginação e em nossas emoções, não nos voltaremos para Deus, mas mergulharemos num reboliço de imagens, fabricando para nós mesmos uma experiência religiosa feita à nossa moda, coisa por demais perigosa.

O 'voltar-se' de todo o nosso ser para Deus só pode ser atingido por uma fé profunda, sincera e simples, vivificada por uma esperança que sabe ser possível o contato com Deus e por uma amor que deseja, acima de tudo, fazer-lhe a vontade.”

Thoughts in Solitude, de Thomas Merton
(Farrar, Straus and Giroux Publishers, New York), 1958.
No Brasil: Na liberdade da solidão, (Editora Vozes, Petrópolis), 2001. p.41 e 42

03 junho 2013

Sagrado Coração de Jesus




“Não há verdadeira vida espiritual fora do amor de Cristo. Temos uma vida espiritual unicamente porque Ele nos ama. A vida espiritual consiste em receber o dom do Espírito e sua caridade, porque, em seu amor por nós, o Sagrado Coração de Jesus determinou que vivêssemos por seu espírito – o mesmo Espírito que procede do Verbo e do Pai e que é o amor de Jesus pelo Pai.


Se soubermos como é grande o amor de Jesus por nós, nunca teremos medo de ir a Ele em toda nossa pobreza, toda nossa fraqueza, toda nossa indigência espiritual e fragilidade. De fato, quando compreendermos o verdadeiro sentido de seu amor por nós, haveremos de preferir vir a Ele pobres e necessitados.”


Thoughts in Solitude, de Thomas Merton
(Farrar, Straus and Giroux Publishers, New York), 1958.
No Brasil: Na liberdade da solidão, (Editora Vozes, Petrópolis), 2001. p.31