28 dezembro 2009

Que cresçam no amor e que se alegrem!

[Carta circular aos amigos, 1968]
“Já escrevi mais do que pretendia. Que Deus os abençoe. Agradeço sua amizade e suas notícias. Tudo de bom. Que o entendimento que têm sobre a vida se aprofunde, que sua liberdade cresça e que permaneça cada vez mais independente das forças que tentam dominar e padronizar nossas vidas em uma imensa futilidade. Que cresçam no amor e que se alegrem!”

The Road to Joy, Letters
, de Thomas Merton
Editado por Robert E. Daggy

(Farrar, Straus, Giroux Publishers, New York ), 1989, p. 111
Reflexão da semana de 28-12-2009

Um pensamento para reflexão
: “Bênçãos e alegrias no Ano Novo. Rezem pela paz em nosso país e no exterior. Que o Senhor leve paz a seus corações e que tenham sempre alegria. Que Deus permaneça em vocês.”

The Road to Joy, Thomas Merton

21 dezembro 2009

O Natal: uma festa séria!

[Carta Circular, Advento-Natal de 1967]
“Vivemos tempos difíceis. Clamam por coragem e fé. Fé, afinal, é uma virtude solitária. Solitária, especialmente quando uma profunda e autêntica comunidade de amor não se mostra presente e permanece como uma tarefa a ser reiniciada muitas vezes... O amor não é algo que ganhemos da Santa Igreja como se fôssemos uma criança se alimentando no seio da mãe: também tem de ser doado. Não receberemos amor se não formos capazes de oferecê-lo.

O Natal, portanto, não é apenas um doce retorno ao leite materno e à infância. É uma festa séria e, algumas vezes, difícil. Difícil particularmente se, por motivos psicológicos, não conseguimos assimilar seu indestrutível cerne de esperança nele contido. Se estivermos buscando apenas uma pequena consolação, poderemos nos desapontar.”

The Road to Joy, Letters, de Thomas Merton
Editado por Robert E. Daggy
(Farrar, Straus, Giroux Publishers, New York ), 1989, p. 108

Reflexão da semana de 21-12-2009

Um pensamento para reflexão: “Oremos uns pelos outros, e nos amemos de verdade na sobriedade de uma sincera esperança cristã, porque a esperança, como diz Paulo, não nos ilude. Um santo e alegre Natal para todos vocês.”
The Road to Joy, Thomas Merton

14 dezembro 2009

Por que sou monge


[Carta a Margaret Randall, junho de 1967]
“De vez em quando alguém se pergunta por que sou monge, e não quero estar sempre justificando a idéia de ser monge, porque senão fico com a falsa idéia de que sou monge. Quando entrei aqui, talvez eu acreditasse que era monge, e continuei assim por cinco, dez, quinze anos, permitindo-me até vir a ser mestre de noviços e dizer a outros como é ser monge. Não é mais assim. Não tenho nada a dizer sobre esta instituição, a não ser que me pergunto se tem algum futuro, pelo menos tal como é hoje, e agora também não faço mais tanto parte dela. 

Vivo sozinho no bosque e, na medida do possível, tenho-me esquivado tanto da instituição monástica quanto da instituição civil. Claro que isso também é uma ilusão. Mas, no que me diz respeito, a pergunta ‘por que você tem de ser monge?’ é como a pergunta ‘por que você tem de morar em Nebraska?’ Não sei. Deve ser karma, imagino. Aqui estou eu, e, por um lado, não seria fisicamente fácil para mim estar em outro lugar; mas, por outro lado, tenho o que quero: certa quantidade de distância, silêncio, perspectiva, meditação, espaço para fazer as coisas que sei que preciso fazer. Eu enlouqueceria se tentasse fazê-las na cidade…”


The Courage for Truth: Letters to Writer
s, de Thomas Merton.

Editado por Christine M. Bochen
(Farrar, Straus & Giroux, New York) 1993, p. 220
Reflexão da semana de 14-12-2009

Um pensamento para reflexão
: “Esta vida é mais comum do que você pensa, e também me pergunto se estou mais fora da vida ou mais dentro dela. Para mim, o bosque é vida.”

The Courage for Truth, Thomas Merton

07 dezembro 2009

Canção para Ninguém


Recordando Thomas Merton, que faleceu 41 anos atrás, no dia 10 de dezembro de 1968, por ter-nos dado a vislumbrar uma certa maneira especial de estar vivo.

Canção para Ninguém



Flor amarela
(Luz e espírito)
Canta sozinha
Para Ninguém.

Espírito de ouro
(Luz e vazio)
Canta sozinho
Sem uma palavra.

Que ninguém toque este suave sol
Em cujo escuro olhar
Alguém desperto está.

(Sem luz, sem ouro, sem nome, sem cor
E sem pensar:
Totalmente desperto!)

Céu de ouro
Canta sozinho
Para ninguém
.


Selected Poems of Thomas Merton
(New Directions, Inc., New York), p. 135

Reflexão da semana de 07-12-2009
Um pensamento para reflexão: “Quer te digas interessado ou não no amor, basta estares vivo para que te diga respeito, porque o amor não é apenas algo que te acontece: é uma certa maneira especial de estar vivo.”
Amor e vida, Thomas Merton




A Song For Nobody


A yellow flower
(Light and spirit)
Sings by itself
For Nobody.


A golden spirit
(Light and emptiness)
Sings without a word
By itself.


Let no one touch this gentle sun
In whose dark eye
Someone is awake.


(No light, no gold, no name, no color
And no thought:
O, wide awake!)


A gold heaven
Sings by itself
A song to nobody.