27 julho 2009

Os Cistercienses

“Os Cistercienses (sobre quem nos estenderemos em outro capítulo) representam a fina flor da espiritualidade e misticismo monásticos medievais. [Seu] misticismo era bíblico, centrado no mistério de Cristo, um misticismo tradicional, centrado na antiga maneira transmitida por Cassiano, por São Gregório o Grande e pelos Beneditinos, com generoso acréscimo do melhor de Agostinho e de alguns notáveis traços de Dionísio. [Era] uma escola de experiência, na qual a experiência pessoal não é tanto analisada e dissecada, e sim plena e poeticamente expressa nas imagens e termos tradicionais das Escrituras. Daí o caráter do misticismo Cisterciense ser o de reviver os mistérios das Escrituras na vida pessoal de cada um, sem subjetivismo indevido.”

An Introduction to Christian Mysticism, de Thomas Merton.
Editado por Patrick F. O'Connell
(Cistercian Publications, Kalamazoo, MI) 2008, p. 171.
Reflexão da semana de 27-07-2009

Um pensamento para reflexão
: “[O misticismo Cisterciense era] uma escola de amor, centrada na idéia da recuperação da semelhança perdida com Deus, na restauração da imagem que está em nós por natureza.”
An Introduction to Christian Mysticism, Thomas Merton

20 julho 2009

Escolhendo um pai espiritual

“Só ler livros e seguir as orientações escritas por mestres do passado não substitui o contato direto com um orientador vivo. O Mestre não se limita a admoestar ou instruir. Tem de conhecer e analisar os mais íntimos pensamentos do discípulo. A parte mais importante da direção é a abertura com que o discípulo manifesta ao Pai Espiritual não só seus atos, mas todos os seus pensamentos.”


Contemplation in a World of Action
, de Thomas Merton

(Doubleday, Garden City, NY), 1971. p. 299
No Brasil: Contemplação num Mundo de Ação (Ed. Vozes, Petrópolis), 1975, p. 261
Reflexão da semana de 20-07-2009


Um pensamento para reflexão: “O monge deve ter a liberdade de escolher seu próprio pai espiritual, é claro. Mas estará apenas se iludindo se escolher um mestre que jamais lhe diga algo além do que ele quer ouvir, e nunca lhe ordene nada contra sua própria vontade.”
Contemplação num mundo de ação, Thomas Merton

13 julho 2009

A verdade que já possuímos

“A vida é, ou deveria ser, apenas uma luta para procurar a verdade. No entanto, o que de fato procuramos é a verdade que já possuímos. A verdade é minha na realidade da vida assim como me é dada a viver. Entretanto, receber a vida de forma irrefletida, passiva – tal como se apresenta – é renunciar à luta e à purificação necessárias. Não é possível simplesmente abrir os olhos e ver. O trabalho de compreender envolve não só dialética, como também um longo trabalho de aceitação, obediência, liberdade e amor.”

Conjectures of a Guilty Bystander, de Thomas Merton
(Doubleday, New York), 1966. p. 184
No Brasil: Reflexões de um espectador culpado, (Editora Vozes, Petrópolis), 1970. p. 212-213
Reflexão da semana de 13-07-2009

Um pensamento para reflexão
: “Muita virtude e piedade é simplesmente o preço fácil que pagamos para justificar uma vida essencialmente cheia de bagatelas. Nada é mais barato do que a evasão comprada por uma conduta apenas suficientemente boa para que passemos por uma ‘pessoa séria’.”
Reflexões de um espectador culpado, Thomas Merton

06 julho 2009

Unindo-se a Deus na nossa criação

“Nossa vocação não consiste simplesmente em estar em união com Deus, mas em assim trabalhar na criação de nossa própria vida, nossa identidade, nosso destino. Somos seres livres e filhos e filhas de Deus. Isso quer dizer que não temos de existir passivamente, e sim, ao escolher a verdade, participar ativamente de Sua liberdade criativa em nossa vida e na vida dos outros. Melhor dizendo, somos até chamados a partilhar com Deus o trabalho de criar a verdade de nossa identidade. (…) Encontrar a nossa própria identidade em Deus, que a Bíblia chama de ‘operar nossa salvação’, é um trabalho que requer sacrifício e angústia, risco e muitas lágrimas. Exige atenção rigorosa à realidade a cada instante, e grande fidelidade a Deus à medida que Ele se revela, obscuramente, no mistério de cada nova situação.”

New Seeds of Contemplation, de Thomas Merton
(New Directions, New York), 1961. p. 32
No Brasil: Novas Sementes de Contemplação, (Editora Fissus, Rio de Janeiro
), 2001. p. 40
Reflexão da semana de 06-07-2009

Um pensamento para reflexão
: “Não sabemos claramente de antemão qual será o resultado desse trabalho. O segredo de minha identidade plena está oculto Nele. Só ele pode tornar-me quem sou, ou melhor, quem serei quando por fim , começar a ser plenamente.”
Novas Sementes de Contemplação, Thomas Merton