“ Existe um outro “eu”, o “eu” verdadeiro, que atinge a plena maturidade na solidão e no vazio — e que pode, é evidente, começar a se manifestar e se desenvolver na dedicação verdadeira, sacrificial e criadora que pertence a uma autêntica existência social. Contudo, devemos notar que, mesmo essa maturação social do amor, implica, ao mesmo tempo, o crescimento de uma certa soledade interior.
Sem um certo grau de solidão, seja ela qual for, não há nem pode haver maturidade. A não ser que alguém se torne solitário e vazio, não poderá se dar a outros no amor, porque não possui o “eu” profundo que é o único dom digo do amor. E esse “eu” profundo, digamo-lo imediatamente, não pode ser possuido. Meu ser profundo não é uma “coisa” que eu conquisto ou “consigo” após longo combate. Não me pertence e não pode pertencer-me. Não é “qualquer coisa”, não é objeto. Sou “eu”.
Sem um certo grau de solidão, seja ela qual for, não há nem pode haver maturidade. A não ser que alguém se torne solitário e vazio, não poderá se dar a outros no amor, porque não possui o “eu” profundo que é o único dom digo do amor. E esse “eu” profundo, digamo-lo imediatamente, não pode ser possuido. Meu ser profundo não é uma “coisa” que eu conquisto ou “consigo” após longo combate. Não me pertence e não pode pertencer-me. Não é “qualquer coisa”, não é objeto. Sou “eu”.
Disputed Questions, de Thomas Merton
(Harcourt Brace Jovanovich, San Diego, CA), 1960. p. 206-207
No Brasil: Questões abertas, (Agir Editora, Rio de Janeiro), 1963. p. 229-230
Reflexão da semana de 1-08-2005
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