19 março 2019

Uma coisa entre as demais

"É um truísmo dizer que o "deus" supostamente destruído no raciocínio ateu não é um deus. Este deus de palha é, de fato, um objeto contingente, limitado, falível, e sem poder, uma coisa entre as demais; no melhor dos casos, uma imitação. Tal "deus" não tem nenhum direito de existir, mas o ateu não tem razão de orgulhar-se de verificar isso. Se, contudo, persistir em pensar que realmente fez uma descoberta ao provar a não existência dessa miragem, provavelmente é porque tantas pessoas religiosas - e muitos livros religiosos - dão a impressão de que tal ser vago e limitado é de fato o deus da fé religiosa. Infelizmente, para muitos "crentes", o Deus em que creem não é o Deus vivo, mas uma hipótese apologética".

A Igreja e o mundo sem Deus
(Vozes, 2018) pág. 48

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