“ Os cristãos agora estão se fazendo curiosas perguntas a respeito de algo chamado de “o mundo”. Deveriam insultá-lo como seus pais faziam? Devem renunciar a ele como os monges? Devem amá-lo como o próprio mundo se ama? Devem entrar em diálogo com ele, como o Papa dialoga com todo tipo de pessoas, sem excluir os russos? Ou, em longo prazo, devem admitir com franqueza que fazem parte do mundo e começar desse ponto? O que é esse mundo? Será que ele existe?
Devemos começar por admitir que o primeiro lugar no qual procurar o mundo não é fora, e sim dentro de nós mesmos. Nós somos o mundo. No mais profundo alicerce de nosso ser, permanecemos em contato metafísico com o todo da criação, da qual somos apenas pequenas partes. Por meio de nossos sentidos e de nossa mente, de nosso amor, necessidades e desejos, estamos envolvidos, sem possibilidade de evasão, neste mundo de matéria e de [seres humanos], de coisas e de pessoas, que não só nos afetam e mudam nossas vidas como também são afetados e modificados por nós. A partir do momento em que sentamos à mesa e colocamos um pedaço de pão na boca, vemos que estamos no mundo e não podemos estar em outro lugar a não ser nele até o dia de nossa morte. A questão, pois, não é especular a respeito de como vamos entrar em contato com o mundo – como se estivéssemos, por assim dizer, no espaço sideral -, mas como validar nossa relação, dar-lhe uma significação plenamente sincera e humana, e torná-la verdadeiramente produtiva e valiosa para o nosso mundo.”
Devemos começar por admitir que o primeiro lugar no qual procurar o mundo não é fora, e sim dentro de nós mesmos. Nós somos o mundo. No mais profundo alicerce de nosso ser, permanecemos em contato metafísico com o todo da criação, da qual somos apenas pequenas partes. Por meio de nossos sentidos e de nossa mente, de nosso amor, necessidades e desejos, estamos envolvidos, sem possibilidade de evasão, neste mundo de matéria e de [seres humanos], de coisas e de pessoas, que não só nos afetam e mudam nossas vidas como também são afetados e modificados por nós. A partir do momento em que sentamos à mesa e colocamos um pedaço de pão na boca, vemos que estamos no mundo e não podemos estar em outro lugar a não ser nele até o dia de nossa morte. A questão, pois, não é especular a respeito de como vamos entrar em contato com o mundo – como se estivéssemos, por assim dizer, no espaço sideral -, mas como validar nossa relação, dar-lhe uma significação plenamente sincera e humana, e torná-la verdadeiramente produtiva e valiosa para o nosso mundo.”
Love and Living, de Thomas Merton
Editado por Naomi Burton Stone e Patrick Hart, OCSO
(Farrar, Straus and Giroux, New York) 1979, p. 106
No Brasil: Amor e Vida, (Martins Fontes Editora, São Paulo), 2.004. p. 127
Reflexão da semana de 01-08-2008
Um pensamento para reflexão: “É verdade que a maioria [dos seres humanos] se contenta em aceitar uma relação pré-fabricada que o próprio mundo lhes oferece, mas, em tese, todos somos livres para tomar distância do mundo, julgá-lo e até chegar a determinadas decisões a respeito de refazê-lo. Pelo menos podemos fazer isso no pequeno mundo do qual nos rodeamos em nossos próprios ninhos – nossos lares.”
Amor e Vida, Thomas Merton
Um comentário:
Descibri este blog por coincidencia. Estão de parabéns! Gosto muito dos escritos do Thomas Merton, ele era muito profundo no que escrevia.
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