19 agosto 2013

O despertar do eu interior

“O eu interior é tão secreto quanto Deus e, como Ele, escapa a todo conceito que pretenda captá-lo completa e totalmente; é uma vida que não pode ser tomada e estudada como um objeto, porque não é 'uma coisa'.(...) Tudo que podemos fazer, por meio de qualquer disciplina espiritual é produzir em nós mesmos algo do silêncio, da humildade, do desapego, da pureza de coração e impassibilidade, que são elementos necessários para que o eu interior nos dê uma tímida e imprevisível manifestação de sua presença.”

The Inner Experience, de Thomas Merton
Editado por William H. Shannon
(HarperSanFrancisco, San Francisco) 2003
No Brasil: A experiência interior, (Martins Fontes Editora, São Paulo), 2007. p. 12

2 comentários:

Unknown disse...

A impassibilidade, o silêncio, por si mesmos, acabam produzindo em nós, sem que o percebamos muitas vezes, a humildade, o desapego, a pureza de coração que favorecem à manifestação da presença de Deus em nós. Afinal, "Tudo é graça!"

Myriam de Jesus

Unknown disse...

CONTEMPLANDO O HUMANO, EM MIM
Emergindo, das minhas contradições e conflitos, descubro-me mais forte e verdadeira, porque não podem realmente me destruir;
Ergo-me, das ruínas e destroços, de minha própria Complexidade, e descubro que a inteireza se fez mais forte, mais bonita, mais plena;
Ressurjo das minhas lassas certezas devastadas pelas fogueiras da minha vaidade, para renascer Fênix:mais forte e mais coerente;
Recrio-me dos espólios e restos destroçados pela Miopia do mundo, para descobrir que só vejo, claramente, se deixar a Luz ofuscar-me;
Reconstruo-me do barro esfacelado de minhas estreitas e restritas convicções, para ser remodelada num ser mais amoroso, mais misericordioso, porque mais consciente de si mesmo;
Reedifico meus próprios conceitos, tantas vezes, dissolvidos, nos alaridos do mundo, para erguer uma Pessoa mais cristã, mais compreensiva, e por isso, mais crística;
Alicerço minhas idéias, tantas vezes, esmagadas, pelas ponderações esdrúxulas do mundo, para construir um ser mais tolerante, mais generoso, por isso, trinitarizado;
Dentro do mundo, esfacelo-me, esmigalho-me, permito-me ser despedaçada, somente para descobrir que o Mistério é hábil Pedreiro, excelente Construtor, primoroso Oleiro;
Por tudo isso, as dores que o mundo me impõe tornam-se mais suportáveis, menos opressoras, porque , para quem carrega, na Alma, a Beleza da Transfiguração, todos os Caminhos levam ao Território Final da Cristificação de si mesmo...