24 outubro 2016

De Merton a Martin: Uma canção profética

Thomas Merton e Martin Luther King. Em comunhão no Cristo
“Os impulsos profundos e elementares que conduzem a uma transmutação social têm a sua origem no âmago do coração dos homens cujos pensamentos ainda não foram articulados ou ainda não conseguiram ser ouvidos, e cujas exigências, por conseguinte, são ainda ignoradas, suprimidas e tratadas como se não existissem. Nenhuma revolução existe sem uma voz. A paixão dos oprimidos tem de se fazer ouvida, ao menos entre eles próprios, a despeito da insistência do opressor privilegiado ao afirmar que tais exigências não podem ser reais, nem justas, nem urgentes. Quanto mais é ignorado o clamor dos oprimidos, mais se reforça a si próprio com um poder misterioso que lhe é acrescentado pelo mito, pelo símbolo e pela profecia. Não há revolução sem poetas que sejam também videntes. Não há revolução sem canções proféticas.”
Sementes de destruição, Thomas Merton (Ed. Vozes), 1966, pág. 74 

Nenhum comentário: