27 junho 2005

Guerras de misericórdia

“ Apesar de todo seu pessimismo em relação à natureza humana, Agostinho não previu os resultados lógicos de seu pensamento e, no contexto original, suas “guerras de misericórdia” para defender uma ordem civilizada fazem um certo sentido. Sua idéia é sempre de que a Igreja e os cristãos, façam o que fizerem, almejam finalmente a paz. A deficiência do pensamento agostiniano reside, portanto, não nas boas intenções que prescreve, mas em uma ingenuidade excessiva em relação ao bem que pode ser alcançado por meios violentos que não podem senão suscitar o que há de pior no homem. Assim, infelizmente ouvimos, durante séculos, reis, príncipes, bispos, sacerdotes, pastores – e só Deus sabe a variedade de melífluos beatos bedéis e sacristãos -, instando seriamente todos os homens a pegarem em armas por amor e trucidarem misericordiosamente seus inimigos (inclusive outros cristãos)…”

The Nonviolent Alternative, de Thomas Merton
(Farrar, Straus, Giroux, New York, NY) 1980. p. 45
Reflexão da semana de 27-06-2005

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