“ A inconstância e a indecisão são sinais de amor egoísta de si.
Se jamais conseguimos decidir com firmeza o que Deus quer para nós, mas constantemente damos voltas mudando de opinião, de uma prática para outra, de uma devoção para outra, de um método para outro, pode ser isso uma indicação de que o que queremos é contornar a vontade de Deus e fazer a nossa com uma consciência tranqüila.
Assim que o Senhor nos coloca num mosteiro, queremos ir para outro.
Logo que experimentamos uma forma de oração, queremos tentar outra. Estamos constantemente tomando resoluções e mudando-as por contra-resoluções. Interrogamos nosso confessor e não nos lembramos das respostas. Antes de terminar um livro, iniciamos a leitura de outro e a cada livro que lemos mudamos completamente o plano de nossa vida interior.
Em breve, não teremos mais vida interior. Toda a nossa existência será um labirinto de desejos confusos, sonhos vãos e veleidades, em que nada fazemos a não ser destruir a obra da graça. Pois tudo isso é apenas um vistoso e complicado plano subconsciente de nossa natureza para resistir a Deus, Cuja atuação em nossa alma exige o sacrifício de tudo que desejamos e em que nos satisfazemos, e, em realidade, o sacrifício de tudo que somos.
Permaneçamos, portanto, quietos e deixemos o Senhor fazer algum trabalho.
É isso que significa renunciar não só aos prazeres e ao que possuímos, mas até a nós mesmos.”
New Seeds of Contemplation, de Thomas Merton
Se jamais conseguimos decidir com firmeza o que Deus quer para nós, mas constantemente damos voltas mudando de opinião, de uma prática para outra, de uma devoção para outra, de um método para outro, pode ser isso uma indicação de que o que queremos é contornar a vontade de Deus e fazer a nossa com uma consciência tranqüila.
Assim que o Senhor nos coloca num mosteiro, queremos ir para outro.
Logo que experimentamos uma forma de oração, queremos tentar outra. Estamos constantemente tomando resoluções e mudando-as por contra-resoluções. Interrogamos nosso confessor e não nos lembramos das respostas. Antes de terminar um livro, iniciamos a leitura de outro e a cada livro que lemos mudamos completamente o plano de nossa vida interior.
Em breve, não teremos mais vida interior. Toda a nossa existência será um labirinto de desejos confusos, sonhos vãos e veleidades, em que nada fazemos a não ser destruir a obra da graça. Pois tudo isso é apenas um vistoso e complicado plano subconsciente de nossa natureza para resistir a Deus, Cuja atuação em nossa alma exige o sacrifício de tudo que desejamos e em que nos satisfazemos, e, em realidade, o sacrifício de tudo que somos.
Permaneçamos, portanto, quietos e deixemos o Senhor fazer algum trabalho.
É isso que significa renunciar não só aos prazeres e ao que possuímos, mas até a nós mesmos.”
New Seeds of Contemplation, de Thomas Merton
(New Directions, New York),1972. p. 260-261
No Brasil: Novas sementes de contemplação (Editora Fissus, Rio de Janeiro). 2001. p. 254-255
Reflexão da semana de 22-08-2005
3 comentários:
Impressionante essa descrição da alma humana! Haverá alguém que não se identifique em algum grau com essa situação existencial?
Oswaldo
Profunda reflexão! Que o Senhor nos guie o mais rapido possível para longe de nós mesmo e para mais pero d'Ele!
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