“ Parece-me que as políticas que se contentam em criar uma ‘imagem’ dos Estados Unidos como benevolentes e amantes da paz não têm serventia, porque lhes falta a profundidade e a motivação séria que são absolutamente necessárias para agir de forma construtiva em uma crise mundial. Ao enfrentar a difícil tarefa de ‘assumir a liderança mundial’ em um mundo do qual preferiram permanecer tradicionalmente isolados, os Estados Unidos parecem ter reagido com uma atitude de pânico e truculência adolescentes. A hostilidade, a impopularidade e uma crítica totalmente impiedosa constituíram um teste sério para a ideologia política americana.
Diante do desdém altivo de amigos, assim como do ódio de nossos inimigos confessos, e perguntando-nos o que há em nós para ser odiado, pensamos sobre nós mesmos e concluímos que somos pessoas bastante decentes, inofensivas e fáceis de se lidar, que só querem ser deixadas em paz para ganhar dinheiro e se divertir. A pedra angular de nosso otimismo reconhecidamente nebuloso é que, se todos fossem deixados em paz para cuidar de seus próprios interesses, as leis da economia cuidariam benignamente das necessidades de todos, e todos os que não fossem preguiçosos poderiam enriquecer. Mas esta filosofia de vida é questionada e, por isto, nós também somos forçados a examinar nossas crenças. E, quando as examinamos, descobrimos que não estamos tão seguros de quais são elas. Tendemos a funcionar com base em sentimentos de boa vontade ou civilização, mais do que em convicções com alicerces profundos.”
Peace in the Post-Christian Era de Thomas Merton
(Orbis Books: Maryknoll, New York), 2004, p.18
Reflexão da semana de 27 de março de 2006
Um comentário:
o que é ideologia politica?
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