
“ Recolhido em minha casa, repousarei junto dela, porque sua convivência nada tem de desagradável, e sua intimidade, nada de fastidioso; ela traz consigo, pelo contrário, o contentamento e a alegria (Sabedoria 8,6).
Não posso imaginar maior causa de gratidão em meu qüinquagésimo aniversário do que ter acordado neste dia em um eremitério! (…) Ontem à noite, antes de me deitar, percebi o que a solidão realmente significa: é quando as cordas são largadas e o barco não está mais atado à terra, mas ruma para o mar sem amarras, sem restrições! Não o mar da paixão, mas, ao contrário, o mar de pureza e amor que é sem preocupação. (Em meio ao frio e à escuridão, ouço o toque do Angelus no mosteiro.) O belo resplendor de uma jóia no mel da luz do lampião. Festa!”
The Intimate Merton, editado por Jonathan Montaldo e Patrick Hart, OCSO
(HarperSanFrancisco, San Francisco, CA), 1999. p. 235-236
No Brasil: Merton na Intimidade (Editora Fissus, Rio de Janeiro), 2001. p. 269-270
Reflexão especial de 31-01-2007