“ O amor é a epifania de Deus em nossa pobreza. Assim, a vida contemplativa é a busca de paz não em uma exclusão abstrata de toda realidade externa, não em um fechamento estéril e negativo dos sentidos ao mundo, mas na abertura do amor. [A vida contemplativa] começa com a aceitação do meu próprio eu em minha pobreza e quase desespero para que eu possa reconhecer que onde Deus está não pode haver desespero, e Deus está em mim, mesmo se eu me desesperar.
Nada pode mudar o amor de Deus por mim, pois minha própria existência é o sinal de que Deus me ama, e a presença de Seu amor me cria e me sustenta. Tampouco é necessário, em absoluto, entender ou explicar como é possível, nem resolver os problemas que isto parece levantar. Isto porque, em nossos corações e no próprio fundamento do nosso ser há uma certeza natural que é co-extensiva com nossa própria existência: a certeza que diz que, na medida em que existimos, somos cada vez mais penetrados pelo senso e pela realidade de Deus, embora talvez sejamos profundamente incapazes de acreditar nisto ou vivenciá-lo em termos filosóficos ou mesmo religiosos.
A mensagem de esperança [que lhes transmito, portanto,] não é que precisam encontrar seu caminho em meio ao emaranhado da linguagem e dos problemas que hoje cercam Deus, e sim que, quer você entenda ou não, Deus o ama, está presente em você, vive em você, habita em você, chama-o, salva-o e lhe oferece uma compreensão e uma luz diferentes de tudo que você jamais encontrou em livros e ouviu em sermões.
[Não tenho] nada a contar, mas quero tranqüilizá-lo e dizer que, se ousar penetrar em seu próprio silêncio e correr o risco de compartilhar essa solidão com o outro solitário que procura Deus através de você, você realmente recuperará a luz e a capacidade de entender o que está além de palavras e explicações porque está perto demais para ser explicado: é a união íntima, na profundeza do seu próprio coração, do espírito de Deus com o seu eu mais interior e secreto, de forma que você e Deus sejam, com toda verdade, Um Espírito. Eu o amo, em Cristo.”
The Hidden Ground of Love, de Thomas Merton
Editado por William H Shannon
(Farrar, Straus & Giroux, New York), 1985. p. 157-158
Nada pode mudar o amor de Deus por mim, pois minha própria existência é o sinal de que Deus me ama, e a presença de Seu amor me cria e me sustenta. Tampouco é necessário, em absoluto, entender ou explicar como é possível, nem resolver os problemas que isto parece levantar. Isto porque, em nossos corações e no próprio fundamento do nosso ser há uma certeza natural que é co-extensiva com nossa própria existência: a certeza que diz que, na medida em que existimos, somos cada vez mais penetrados pelo senso e pela realidade de Deus, embora talvez sejamos profundamente incapazes de acreditar nisto ou vivenciá-lo em termos filosóficos ou mesmo religiosos.
A mensagem de esperança [que lhes transmito, portanto,] não é que precisam encontrar seu caminho em meio ao emaranhado da linguagem e dos problemas que hoje cercam Deus, e sim que, quer você entenda ou não, Deus o ama, está presente em você, vive em você, habita em você, chama-o, salva-o e lhe oferece uma compreensão e uma luz diferentes de tudo que você jamais encontrou em livros e ouviu em sermões.
[Não tenho] nada a contar, mas quero tranqüilizá-lo e dizer que, se ousar penetrar em seu próprio silêncio e correr o risco de compartilhar essa solidão com o outro solitário que procura Deus através de você, você realmente recuperará a luz e a capacidade de entender o que está além de palavras e explicações porque está perto demais para ser explicado: é a união íntima, na profundeza do seu próprio coração, do espírito de Deus com o seu eu mais interior e secreto, de forma que você e Deus sejam, com toda verdade, Um Espírito. Eu o amo, em Cristo.”
The Hidden Ground of Love, de Thomas Merton
Editado por William H Shannon
(Farrar, Straus & Giroux, New York), 1985. p. 157-158
Reflexão da semana 23-04-2007
Um pensamento para reflexão: “Nada faz sentido se não admitirmos o que diz John Donne: 'Homem algum é uma ilha, inteiro em si mesmo; todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme.'"
Homem algum é uma ilha, Thomas Merton
Um comentário:
os textos aqui expostos fazem parte das minhas reflexões e estudos da semana... além de me apresentar partes da obra de Merton que eu desconhecia. Obrigada pela iniciativa!
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