“ Em todos os Verba Seniorum [Os ditos dos padres do deserto] encontramos uma repetida insistência na primazia do amor sobre tudo o mais na vida espiritual: conhecimento, gnose, ascese, contemplação, solidão, oração. Na verdade, o amor é a vida espiritual e, sem ele, todos os outros exercícios do espírito, por mais elevados que sejam, são esvaziados de conteúdo e se tornam meras ilusões. Quanto mais elevados forem, mais perigosa será a ilusão.
É claro que amor significa muito mais do que mero sentimento, muito mais do que favores isolados e esmolas superficiais. Amor significa uma identificação interior e espiritual com o próximo, de tal maneira que a pessoa não mais o vê como ‘objeto’ ao ‘qual’ se ‘faz o bem’. O fato é que um bem feito a outro como objeto tem pouco ou nenhum valor espiritual. O amor assume o próximo como outro eu, e o ama com toda a imensa humildade, discrição, reserva e reverência sem as quais ninguém pode pretender entrar no santuário da subjetividade do outro. Devem estar necessariamente ausentes desse amor toda brutalidade autoritária, toda exploração, dominação e condes-cendência. Os santos do deserto eram inimigos de qualquer expediente, sutil ou grosseiro, ao qual ‘o homem espiritual’ recorre para intimidar os que acha inferiores a si mesmo, gratificando assim seu próprio ego. Eles renunciaram a tudo o que cheirasse a punição e vingança, por mais oculto que pudesse estar.”
The Wisdom of the Desert, de Thomas Merton.
(New Directions Press, . New York), 1960, p. 17-18
No Brasil: A sabedoria do deserto, (Martins Fontes Editora, São Paulo), 2004. p. 18-19
É claro que amor significa muito mais do que mero sentimento, muito mais do que favores isolados e esmolas superficiais. Amor significa uma identificação interior e espiritual com o próximo, de tal maneira que a pessoa não mais o vê como ‘objeto’ ao ‘qual’ se ‘faz o bem’. O fato é que um bem feito a outro como objeto tem pouco ou nenhum valor espiritual. O amor assume o próximo como outro eu, e o ama com toda a imensa humildade, discrição, reserva e reverência sem as quais ninguém pode pretender entrar no santuário da subjetividade do outro. Devem estar necessariamente ausentes desse amor toda brutalidade autoritária, toda exploração, dominação e condes-cendência. Os santos do deserto eram inimigos de qualquer expediente, sutil ou grosseiro, ao qual ‘o homem espiritual’ recorre para intimidar os que acha inferiores a si mesmo, gratificando assim seu próprio ego. Eles renunciaram a tudo o que cheirasse a punição e vingança, por mais oculto que pudesse estar.”
The Wisdom of the Desert, de Thomas Merton.
(New Directions Press, . New York), 1960, p. 17-18
No Brasil: A sabedoria do deserto, (Martins Fontes Editora, São Paulo), 2004. p. 18-19
Reflexão da semana de 25-06-2007
Um pensamento para reflexão: “O amor exige uma transformação interna completa , pois sem isto não podemos nos identificar com nosso irmão [e irmã]. De certa maneira, temos de tornar-nos a pessoa que amamos.”
A sabedoria do deserto, Thomas Merton
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