“ A certeza da esperança cristã está além da paixão ou do conhecimento. Assim, devemos por vezes contar que nossa esperança entre em conflito com as trevas, o desespero e a ignorância. Assim também, devemos lembrar-nos de que o otimismo cristão não é uma perpétua sensação de euforia, uma consolação indefectível, em presença das quais não podem existir nem angustias, nem tragédias. Não nos devemos esforçar por manter um clima de otimismo pela mera supressão de realidades trágicas. O otimismo cristão reside numa esperança de vitória que transcende toda tragédia Uma vitória em que passamos além da tragédia para a glória com Cristo crucificado e ressuscitado.
(...)
Mas a Igreja, ao nos preparar para o nascimento de um ‘grande profeta’, um Salvador, um Rei da Paz tem algo mais em mente do que uma simples festa para alegrar. O mistério do Advento focaliza a luz da fé sobre o próprio sentido da vida, da história, do homem, do mundo e de nosso próprio ser. No Advento, celebramos a vinda e, em realidade, a presença de Cristo em nosso mundo. Damos testemunho da sua presença mesmo no meio de todos os seus problemas imperscrutáveis e de suas tragédias. Nossa fé no Advento não é uma fuga do mundo para dentro de uma região nebulosa de ‘slogans’ e consolações que declaram ser nossos problemas irreais e nossas tragédias inexistentes.”
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Mas a Igreja, ao nos preparar para o nascimento de um ‘grande profeta’, um Salvador, um Rei da Paz tem algo mais em mente do que uma simples festa para alegrar. O mistério do Advento focaliza a luz da fé sobre o próprio sentido da vida, da história, do homem, do mundo e de nosso próprio ser. No Advento, celebramos a vinda e, em realidade, a presença de Cristo em nosso mundo. Damos testemunho da sua presença mesmo no meio de todos os seus problemas imperscrutáveis e de suas tragédias. Nossa fé no Advento não é uma fuga do mundo para dentro de uma região nebulosa de ‘slogans’ e consolações que declaram ser nossos problemas irreais e nossas tragédias inexistentes.”
Seasons of Celebration, de Thomas Merton
(Farrar, Straus and Giroux, New York), 1965. p. 88-89
No Brasil: Tempo e Liturgia, (Editora Vozes, Petrópolis), 1968. p. 91-92
Reflexões da semana de 04-12-2006
O pensamento da semana: “Vivemos no reino de Cristo, o novo mundo consagrado a Deus, o reino messiânico, a nova Jerusalém. A história do reino se está desenrolando, mas o mistério da fé, oculto aos sábios deste mundo. (1Cor, 1, 19-21)"
Tempo e liturgia, Thomas Merton
2 comentários:
Esse monge querido conseguiu mesclar... Mesclar não, adaptar... Adaptar não, sintonizar... É talvez "sintonizar" seja a palavra que chegue mais próximo do que eu quero dizer: ele conseguiu uma sintonia perfeita entre o misticismo e a sabedoria oriental com o Misticismo e a Sabedoria cristãs, de um modo simplesmente maravilhoso. Suas palavras são elucidativas e "mágicas", no melhor sentido da palavra. Cada elucubração sua soa como uma explicação a tudo que os grandes "mestres" orientais disseram, sob uma ótica cristã.
Graças a Deus por esse homem extraordinário! E graças a Deus também por este blog!
Thomas Merton ajuda-nos a compreender o Mistério sem alienação e sem medo.
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