07 setembro 2004

A sabedoria do deserto


A Sabedoria do deserto era um dos livros favoritos de Thomas Merton, dentre os vários que ele escreveu, certamente porque pretendia passar os últimos anos de sua vida como eremita. O tom pessoal das traduções, a mistura de reverência e humor, tão característica dele, mostram a profundidade com que Merton identificava-se com os lendários autores desses ditos e parábolas, os padres cristãos do século IV que buscavam a solidão e a contemplação nos desertos do oriente Próximo. Os eremitas de Cétia, que viraram as costas a uma sociedade corrupta notavelmente semelhante à nossa, têm muito em comum com os mestres zen da China e do Japão, e a padre Merton fez sua seleção visando o tipo de impacto produzido pelo mondo Zen.

"Na verdade, Thomas Merton não apenas apresenta os padres do deserto; ele penetra em seu meio, como um deles."
Pe. Daniel Berrigan


NOTA DO AUTOR

Esta coletânea de ditos dos Verba Seniorum não pretende de modo algum ser um trabalho de pesquisa erudita. Ao contrário, trata-se da edição livre e informal de histórias colhidas aqui e ali de diversas versões originais em latim, sem qualquer ordem ou identificação de fontes específicas. Este livro visa unicamente ao interesse e à edificação do leitor. Em outras palavras, percebi que, como monge do século XX, deveria me sentir bastante livre para desfrutar () privilégio que tiveram os monges dos primeiros tempos, qual seja, a elaboração de uma coletânea própria, sem sistema, ordem ou finalidade específica, com o único objetivo de reunir as histórias e, com elas, deleitar-me junto aos amigos. Foi assim que livros como este surgiram originalmente.



Quando a primeira versão deste trabalho foi concluída, passei-a ao meu amigo Victor Hammer, que imprimiu uma edição limitada belíssima em sua prensa manual, em Lexington, no Kentucky. Depois disso, decidiu-se por aumentar um pouco a coletânea e reescrever a introdução para que a New Directions pudesse publicar uma edição maior. O resultado foi este livro e espero ter mantido o aspecto espontâneo, informal e pessoal da primeira versão. Essa informalidade, longe de detratar a sabedoria das histórias, irá garantir a autenticidade que sempre tiveram e mantê-las frescas e vivas, em toda sua concretude e imediatismo. Que aqueles que necessitam e se deleitam com esses apotegmas sintam-se motivados, pelo gosto da água pura, a seguir o córrego até sua nascente.

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Exisitem 02 reflexões extraídas do livro, neste blog:

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