A
vida interior não está em contradição com a vida exterior. Mas é, por
natureza, superior a ela, como a vida racional é superior à vida
vegetativa, que de modo algum contradiz. A vida cristão, como a regra de
S. Bento o diz na fórmula perene — Ora et Labora — é uma superação de ambos, na vida sobrenatural que deve impregnar toda a nossa existência natural.
O
princípio dominante da nossa vida interior, podemos encontrá-lo
naquela palavra com que Nosso Senhor respondeu à queixa de Marta: “Maria optimam partem elegit”
(Lc 10,42). O princípio dominante da nossa vida exterior seria o
daquela outra resposta do Mestre à capciosa objeção com que o queriam
intrigar com o Imperador: “Reddite ergo quae sunt Caesaris Caesari et quae sunt Dei, Deo”
(Mt 22, 21) São esses os dois fundamentos em que sempre quisera
assentar as duas dimensões de nossa vida, para dentro de nós mesmos e
para o mundo que nos cerca. E essas duas dimensões subordinadas à
dimensão terceira e transcendental que harmoniza as duas, em nome da
unidade que lhe dá sentido e fim: a união com Deus.
Introdução de Alceu Amoroso Lima. Tradução das Religiosas da Companhia da Virgem
O blog possui uma postagem extraída deste livro:
Nenhum comentário:
Postar um comentário